O Câncer de próstata representa o câncer mais frequente no sexo masculino e a segunda causa de mortalidade relacionada a câncer nos EUA. Após os 50 anos 42% dos homens apresentam histologia compatível com câncer de Próstata (CaP) em achados de autópsias, 9.5% terão esta patologia diagnosticada e 2.9% morrerão da mesma.

Diagnóstico Precoce: É o motivo da realização do check up anual da próstata, visto que o diagnóstico do Câncer de Próstata numa fase inicial, em que o mesmo está confinado a glândula, oferece ao paciente índices de cura superiores a 80%. Nesta situação o tratamento cirúrgico ou radioterápico proporciona elevados índices de cura.

O diagnóstico precoce do câncer prostático é possibilitado pela realização anual de toque retal e dosagem de PSA. Nos pacientes com toque retal alterado existe uma possibilidade de cerca de 35% de câncer e naqueles com PSA maior que 4.0, possibilidade de 35 a 50%. A combinação de toque retal e dosagem de PSA fornece uma sensibilidade superior a 70% na detecção destes tumores. O diagnóstico definitivo é feito através da biópsia trans-retal de próstata.
Caso uma biópsia seja negativa existe 70% de chance de não haver câncer. Duas biópsias negativas elevam este valor para 90%.

A fim de se aumentar a especificidade da determinação do PSA, evitando-se a realização de repetidas biópsia em pacientes com PSA igual ou superior a 4 tem-se tentado correlacionar esta dosagem com o volume prostático (densidade de PSA), com a velocidade de aumento anual do mesmo (velocidade de PSA), com a idade do paciente e também fazendo-se a relação entre o PSA livre e PSA total. Estes métodos embora possam auxiliar a evitar biópsia de repetição em pacientes com PSA pouco elevado, principalmente entre 4 e 10 ng/ml, não são suficientes para evitar a realização de pelo menos duas biópsias, exceção feita aos pacientes com mais de 70 anos onde níveis de PSA entre 5 e 6 ng/ml podem se apenas acompanhados. Para pacientes com PSA acima de 10 tais parâmetros não mais se aplicam, pois a possibilidade de câncer é próxima de 50% devendo a biópsia ser repetida.

Fatores Prognósticos:

Em pacientes com PSA menor ou igual a 10ng/ml raramente encontramos doença à distância (metástases), portanto, têm grande chance do tratamento ser curativo.

O grau histológico também representa um fator prognóstico, a grande maioria de pacientes com gleason menor que 7 na biópsia raramente tem gânglios acometidos. A combinação de PSA menor que 10 e gleason menor que 7 pode dispensar a realização de linfadenectomia nos casos em que se opta por tratamento cirúrgico. A análise do material obtido através da prostatectomia também é de suma importância no prognóstico uma vez que o estadiamento pré-operatório geralmente subestadia a doença. Outros fatores indicativos de pior prognóstico incluem invasão capsular, margem uretral comprometida, acometimento de vesículas seminais, etc. A análise de DNA por citometria digital também é útil para o prognóstico e se correlaciona com o grau histológico. Tumores aneuplóides tendem a ter pior comportamento em relação aos diplóides. Acometimento ganglionar indica altíssima chance de recorrência e pior prognóstico.

Naqueles pacientes cujo tumor foi diagnosticado numa fase mais avançada, com doença à distância, portanto candidatos a tratamento hormonal, a análise de alguns destes fatores permitirá que se tenha uma idéia da agressividade da doença.



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