A formação de cálculos (litíase) urinários deve-se principalmente a herança genética, a qual proporciona a transmissão de pais para filhos de erros do metabolismo, principais causadores dos cálculos urinários. Atualmente são conhecidos pelo menos nove erros do metabolismo, tanto do cálcio como de outros minerais, que independente da dieta alimentar podem levar a sua produção.

Uma vez ocorrendo a litíase urinária, se não tratadas estas alterações metabólicas corretamente, a mesma tem probabilidade de recorrer em até 75% das vezes no período de cinco anos.

Cálculos renais podem permanecer silenciosos por um longo tempo dentro do rim, sem acarretarem sintomas importantes, porém a partir do momento que começam a sair dos cálices renais e a obstruírem a passagem da urina destes cálices até a bexiga, provocam as famosas cólicas renais, que se caracterizam por dores intensas na região lombar alta, geralmente unilateral, com irradiação anterior num trajeto que nos homens se reflete até o testículo e na mulher até os grandes lábios vaginais, acompanhadas na maioria das vezes por náuseas, vômitos e sangue na urina. Uma característica importante deste tipo de dor é que não há nenhuma posição em que ela melhore ou piore e isto nos ajuda a diferenciá-la das dores por esforço, ou mal-jeito que são geralmente de origem muscular.

Alguns destes cálculos com o passar dos anos podem crescer, atingindo dimensões de até 5 cm ou mais, com forma de um coral marinho com espículas e cálculos satélites e são chamados de cálculos coraliformes. Geralmente são decorrentes de infecções e se não tratados adequadamente podem levar a destruição e perda do rim.

Em casos da coexistência de infecções urinárias, elas se tornam crônicas, podendo levar a perda do órgão acometido, bem como acarretar queda do estado geral do paciente, e em casos extremos, infecção sistêmica (septicemia), choque séptico e óbito.

Quando estes cálculos renais saem dos rins, caminham em direção da bexiga através dos ureteres. Em vias de expulsão dentro do ureter, são denominados como cálculos ureterais, e quando dificultam ou obstruem a passagem da urina que desce dos rins em direção à bexiga provocam as referidas cólicas descritas acima, as quais por serem intensas, na maioria das vezes obrigam os pacientes a procurarem por socorro médico com urgência.

Cálculos de bexiga (ou vesicais) podem ser resultantes de cálculos ureterais que chegaram na bexiga e não conseguiram ser eliminados, ou também, podem ser formados originalmente na própria bexiga nos casos em que ocorre dificuldade de esvaziamento por um processo obstrutivo infra-vesical, como por exemplo devido ao aumento da próstata. Neste caso, ocorre deposição de material protéico e mineral no fundo da bexiga e estes cristalizam-se e crescem únicos ou múltiplos, podendo variar seus tamanhos entre 1 a 15cm.

Os cálculos urinários não tratados podem levar não apenas às cólicas renais, mas também a complicações graves como infecções urinárias, retenção urinária, dilatação e destruição do rim, infecções sistêmicas graves que podem evoluir para septicemia e óbito do paciente.
Até os anos 80, as cirurgias para o tratamento destes cálculos, sempre necessitavam de grandes incisões, procedimentos invasivos, com longo período de convalescença, deixando cicatrizes ou hérnias incisionais de difícil resolução.

A partir daquela data, surgiram novas técnicas para o tratamento destes cálculos, com o advento de máquinas capazes de fragmentarem os cálculos dentro do corpo humano, através de ondas de choque extra-corpóreas (LECO = Litotripsia Extra-Corpórea), geradas por fontes de energia eletrohidráulica, eletromagnética ou ultrassônica, praticamente sem complicações ou lesões em outros órgãos, não invadindo o organismo e não necessitando de internação ou cortes.

Para cálculos renais muito duros pela sua composição química, ou muito grandes (maiores que 1 a 2cm), onde seriam necessárias muitas aplicações de LECOS, ou cálculos localizados no ureter obstrutivos ou muito duros, ou ainda em cálculos vesicais maiores, o avanço tecnológico colocou a disposição de todos, as cirurgias minimamente invasivas, como: Nefrolitotripsia Trans-nefroscópica ou Percutânea, Ureterolitotripsia Trans-ureteroscópica, Cistolitotripsia Trans-uretral ou Percutânea e Nefrolitotripsia Transureteroscópica, entre outras, onde através de incisões na pele com 1cm ou através dos próprios canais das vias urinárias naturais, é possível alcançar os cálculos em qualquer localização, e com a utilização de aparelhos de fibra ótica de fino calibre, desintegrar os cálculos em seu local sob visão direta, aplicando energia de várias fontes, como a eletrohidráulica, ultrassônica, ou Holmium Laser, permitindo alta hospitalar precoce e um retorno rápido do paciente às suas atividades normais. É importante informar que estas formas modernas de tratamento já são realizadas em Santos há anos com tecnologia e sucesso comparáveis ao dos maiores centros internacionais.